14 Fev O que é uma Due Diligence?
A Due Diligence, termo que traduzido significa “diligência prévia”, assume um papel crucial no panorama empresarial. Trata-se de uma minuciosa revisão, auditoria ou investigação que visa validar e confirmar os pressupostos subjacentes a determinada transação.
No contexto financeiro, a Due Diligence desempenha um papel preponderante em diversas fases, desde a avaliação de potenciais investimentos até aos processos de compra ou venda de empresas. Através desta investigação, é possível tomar decisões informadas, pois é proporcionada uma visão aprofundada das condições financeiras e operacionais envolvidas, verificando os factos assim como avaliando e minimizando os riscos inerentes. Assim, no contexto da compra ou venda de empresas, este processo implica uma análise meticulosa de uma série de registos financeiros, dependo do tipo de transacção e sector. Verificando-se estes factos, confirma-se a viabilidade dos mesmos, dando segurança ao comprador para avançar com o negócio, assegurando a transparência e segurança do mesmo. Por outro lado, uma Due Diligence também poderá ser benéfica para o vendedor, visto que através de um rigoroso processo de avaliação financeira, este revela o fair value (valor justo) da empresa, sendo que este poderá ser superior ao inicialmente previsto (e vice-versa). Desta forma, não é incomum que o vendedor conduza este processo e o reporte antes de qualquer transação.
Uma Due Diligence pode-se distinguir entre duas abordagens distintas: a “hard” e a “soft”. Uma “hard” Due Diligence foca-se mais numa análise detalhada de registos financeiros, ativos e passivos, proporcionando uma compreensão precisa da saúde financeira e operacional da empresa. Por outro lado, uma “soft” Due Diligenceconcentra-se em aspetos intangíveis, como a cultura organizacional, gestão de talentos e reputação da empresa no mercado. Ambas desempenham papéis complementares, permitindo uma avaliação abrangente e equilibrada durante processos de compra ou venda, assegurando uma visão não só financeira, mas também da dinâmica organizacional.
Na execução de uma Due Diligence, é imperativo abordar diversas questões cruciais. Isso inclui compreender a razão subjacente à venda da empresa, examinar meticulosamente os registos financeiros, incluindo métricas e projeções, e avaliar as sinergias potenciais. Aspetos como a estrutura organizacional, litígios pendentes e obrigações legais também são minuciosamente analisados, juntamente com uma revisão operacional abrangente. Este processo abrange uma série de elementos, proporcionando uma visão geral e informada antes de prosseguir com o processo de compra ou venda.
Em conclusão, uma Due Diligence num processo de compra ou venda permite confirmar informações e dados que possam ser questionados durante o negócio e que permitam avaliar justamente o valor da empresa, identificar possíveis anomalias que não tornem o negócio viável ou que possam afetar a negociação, assim como assegura ao comprador que esta oportunidade de negócio cumpre com os critérios definidos, que serão abordados num próximo artigo. Assim, uma Due Diligence deverá ser sempre realizada neste tipo de operações, independente do tamanho das transações, ajudando no processo de decisão dos mesmos.
Mariana Silva| Vila Nova de Gaia , 14 de Fevereiro 2024